Von Martius © public domain via Wikimedia Commons
Nascido em Erlangen em 1794, Carl Friedrich Philipp von Martius estudou medicina, era botânico por hobby e tornou-se um dos mais importantes pesquisadores, exploradores e antropólogos atuantes no Brasil colonial. Aos 20 anos já era doutor em medicina e tornou-se também assistente do diretor do recém-reinaugurado Jardim Botânico de Munique. Em 1817 viajou ao Brasil por três anos, a serviço do rei Maximiliano I da Baviera, formando, com o zoólogo Johann Baptiste von Spix e o pintor Thomas Ender, a Missão Austro-Alemã, que acompanhou a princesa Leopoldina, por ocasião de seu casamento com D. Pedro I, e que tinha por objetivos a exploração científica de flora, fauna e cultura brasileiras.
Von Martius percorreu todo o Brasil indo até a Amazônia, recolheu mais de 6.500 espécies de plantas e descobriu ervas medicinais que nem os próprios índios conheciam. Foi o primeiro a pesquisar seriamente o guaraná. O cientista, que aliás tinha tendências eugênicas e não concordava com a crença do Bom Selvagem, travou contato com várias tribos indígenas, algumas das quais hoje desaparecidas, estudando seus costumes e línguas, e publicando, inclusive, um Glossário das línguas brasileiras.
Abuta rufescens, contida no Flora Brasiliensis © public domain via Wikimedia Commons
A obra de Von Martius é abrangente. Com Von Spix publicou
Viagem pelo Brasil, um retrato vivo do Brasil colonial. Mas o maior de seus trabalhos é definitivamente o compêndio
Flora Brasiliensis, iniciado em 1840 e concluído em 1906, ou seja, 38 após sua morte, onde reuniu em 15 volumes e aproximadamente 20 mil páginas mais de 8 mil espécies brasileiras.