Frederico Koeler: fundador de Petrópolis

Avenida Koeler com Catedral de São Pedro de Alcântara ao fundo. Foto: Adriano S. de Oliveira © public domain via Wikimedia Commons

Nascido em Mainz em 1804, Julius Friedrich Koeler chegou ao Brasil aos 24 anos como engenheiro e alferes do Exército prussiano. Veio para integrar o Corpo de Estrangeiros como primeiro-tenente da Arma de Engenharia do Exército Imperial, pois naquela época o Exército brasileiro não dispunha de oficiais suficientes. De confissão luterana, casou-se na Catedral de Niterói com a permissão da Igreja com uma brasileira católica. Depois que o Corpo de Estrangeiros foi dissolvido, Koeler pediu a naturalização brasileira e passou a trabalhar como engenheiro da Província do Rio de Janeiro. Voltou ao Exército em 1833, alcançando a patente de major.

Em 1843, arrendou terras pertencentes a Dom Pedro II na região onde, hoje, fica Petrópolis e fundou, com a permissão do imperador, uma colônia europeia, principalmente com imigrantes alemães, para a qual fez o planejamento urbanístico. Nascia Petrópolis que é, aliás, a primeira cidade do Brasil com assentamento populacional planejado. Koeler revolucionou a maneira de dispor as casas que, até então, tinham seus fundos dando para os rios, fazendo destes verdadeiras cloacas. O engenheiro colocou ruas correndo paralelas às águas, valorizando-as, e criou um centro administrativo e comercial, além de bairros residenciais. Muitos desses bairros guardam, até hoje, os nomes dados por Koeler, que quis homenagear regiões da Alemanha como Bingen, Mosela, Castelânea e Quarteirão Ingelheim.

Fachada do Museu Imperial de Petrópolis Foto: Naty Castro © CC-BY-SA-2.0

Júlio Frederico Koeler foi também o projetista do Palácio Imperial, hoje Museu Imperial, um dos maiores pontos turísticos de Petrópolis e antiga residência de verão de D. Pedro II. O urbanista não chegou a ver sua cidade construída no esplendor que alcançou na segunda metade do século XIX. Faleceu jovem, em 1847, numa brincadeira de tiro ao alvo. Ao voltar de perto do alvo, depois de verificar um tiro seu quase perfeito, foi acertado pela bala de um amigo inexperiente. Ficou imortalizado na Avenida Koeler, com seus 300 metros de casarões e palacetes antigos que desembocam na Catedral de São Pedro de Alcântara.