Fundação Koellreutter em São João Del Rei

Hans Joachim Koellreutter © Koellreutter Stiftung

“Aprendo com o aluno o que lhe devo ensinar.” À primeira vista, a proposta pode parecer ingênua. No entanto, foi com ela que o compositor Hans-Joachim Koellreutter (1915–2005) se tornou mentor de artistas brasileiros como Tom Jobim, Rogério Duprat, Tom Zé e Claudio Santoro. A lista célebre indica que a premissa funciona, sobretudo, por ser capaz de garantir o estilo próprio de cada seguidor.

Nascido em Freiburg em 1915, Koellreutter transferiu-se para o Brasil em 1937, um ano depois de concluir seus estudos na Academia Superior de Música de Berlim e no Conservatório de Música de Genebra. Quando chegou ao Rio de Janeiro, em busca de trabalho, conheceu Heitor Villa-Lobos, tornando-se professor no Conservatório de Música.

Acervo Koellreutter © Fundação Koellreutter

Apenas dois anos após sua chegada, a participação de Koellreutter no cenário musical brasileiro se consolidava com a criação do Música Viva. Sob sua liderança, o grupo organizava concertos, propunha discussões e publicava boletins. O dodecafonismo era introduzido no Brasil pelo compositor naquele momento, modernizando a produção musical. Em 1948, Koellreutter naturalizou-se brasileiro. Nos anos 60, recebeu uma bolsa da Fundação Ford, fato que o levou de volta a Berlim. Depois de viver na Índia e no Japão, decidiu retornar ao Brasil, onde permaneceu até o final de sua vida, em 2005.